Este escrito tem como objetivo esboçar uma análise do movimento de (Re)Elaboração dos Referenciais Curriculares nos Municípios Baianos, o qual se fundamenta no DCRB/Currículo Bahia que, por sua vez, defende a conformidade dos currículos às normativas da BNCC. Argumento, por essa razão, que tal Programa, enquanto produto de articulações políticas, é um dos mecanismos de implementação da Base, e por isso me interessa questionar: que sentidos de currículo estão sendo construídos por meio do Programa de (Re)Elaboração de Referenciais Curriculares? Que demandas produzem significação para um currículo baiano? Como possibilidade metodológica, mobilizo a noção de governamentalidade para entender como práticas da racionalidade hodierna – governamentalidade neoliberal – conduzem as condutas, produzem sujeitos e governam populações via políticas públicas, notadamente as educacionais, reivindicadas por agentes públicos e privados. O estudo aponta que tais agentes tentam naturalizar o setor privado como saída para a melhoria educacional através de um currículo economicizado, o qual pretende controlar a imprevisibilidade da diferença e suas diversas formas de existir.