A SUBJETIVAÇÃO DOS LEITORES EM POSTS E COMENTÁRIOS DO FACEBOOK NA DISCURSIVIZAÇÃO DO PADRE FÁBIO DE MELO
Leilian França dos Santos, Gerenice Ribeiro de Oliveira Cortes
Resumo
Neste trabalho, analisamos a discursivização do padre Fábio de Melo em postagens e respectivos comentários, publicados na rede social Facebook, com foco na subjetivação dos leitores. O corpus constitui-se por onze sequências discursivas (SDs) extraídas dos perfis, Clube das Amigas[1] e Andreia Costa[2]. A pesquisa filia-se teoricamente à Análise de Discurso (AD) desenvolvida por Pêcheux (1969, 1975, 1983) e seus seguidores. Ademais, usaremos também algumas contribuições teóricas do campo das ciências sociais e da comunicação. Na AD, os sentidos não estão presos à literalidade da língua e os sujeitos, constituídos concomitantemente aos sentidos, são afetados pela ideologia, pela memória. Verificamos que a rede de memórias do discurso religioso católico é mobilizada, intrincadamente a outros sentidos que circulam nas redes digitais. Nessa trama, a subjetivação do leitor comentarista funciona com a disputa de sentidos em duas posições-sujeito centrais: a de rejeição a Fábio de Melo, enquanto padre, devido a sua conduta de “cidadão comum” nas redes sociais, sendo tal posição afetada pelo imaginário do padrão já legitimado para o sacerdócio católico. Mas também funciona a posição-sujeito de aceitação ao padre Fábio de Melo, justamente pela suposta “transgressão” deste à figura do padre já legitimada historicamente, instaurando uma perturbação nos implícitos da memória.
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