O presente trabalho objetiva analisar a democracia na perspectiva de Paulo Freire e sua relação com a educação. Para tal finalidade, revisita as obras “Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos”, “Educação como Prática da Liberdade” e “Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido”. A partir da indagação sobre o que torna uma educação democrática, discute o que é um ato democrático e qual é sua relação com o Todo político. Conclui que a democracia em Freire, é uma prática política direta que visa à abertura da mudança para que haja o reconhecimento da diferença excluída. Uma educação democrática é aquela que engaja a parcela excluída e invisível a politizar sua condição, a perturbar a hegemonia política; afirmando que a práxis emancipadora é construída pela tensão das demandas particulares em contradição com o Todo. Assim, quando sujeitos engajados lutam pela rearticulação das posições particulares, exigindo uma nova visibilidade, o reconhecimento de sua voz excluída, pode-se afirmar que aí reside uma real prática democrática.