FORMAÇÃO DOCENTE E A DESCOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO COM A EDUCAÇÃO INTERCULTURAL CRÍTICA
Marisete Alves da Silva Araujo, Dinalva de Jesus Santana Macêdo
Resumo
Este ensaio utiliza-se de pesquisa bibliográfica para pensar o/no processo de formação continuada dos docentes ancorada nas análises de suas relações com o processo de descolonização do currículo, referenciada na perspectiva da interculturalidade crítica. Nesse sentido, busca questionar a formação hegemônica em que os currículos foram historicamente instalados nas escolas com base em culturas dominantes. Defende um currículo como produtor de culturas, significados e que reconhece a existência do “outro”, negado e silenciado em tempos e espaços distintos, processo muitas vezes legitimado pelos currículos escolares. Discute o processo de formação docente numa perspectiva (des) continuada de forma a “desconstruir” conceitos e concepções de conhecimentos hierarquizados e colonizados que foram historicamente naturalizados. Nessa perspectiva, a descolonização dos currículos propõe um rompimento aos modelos preestabelecidos pela sociedade europeia, o que nos faz questionar: quem são os que nos colonizaram? E nós, continuamos colonizando? Estas e outras reflexões poderão contribuir para a superação de um pensamento único, avassalador e a partir de outras epistemologias, diferentes grupos, em diferentes espaços tenham a oportunidade de realizar uma leitura plural e democrática do mundo, bem como expressar seus saberes e culturas, perspectivas que emergem uma ecologia de saberes e um pensamento pós-abissal.
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