EMOJIS E(M) UM OLHAR DISCURSIVO PARA AS INTERAÇÕES
Marina Santos Soares Pereira, Anderson de Jesus Caires, Ana Ketilly Manhães Magalhães, Fernanda de Castro Modl
Resumo
Neste artigo, apresentamos resultados de uma pesquisa qualitativa (FLICK, 2006; MINAYO, 2012) em curso que se volta ao trabalho com emojis como objeto de ensino em aulas de línguas. Reconhecidos como língua franca (PORTER, 2014; PAIVA, 2016) em face a discussões sobre cultura linguística (CANDELIER, 2004) e identidade interacional, apostamos nos emojis como polissêmicos exemplares de linguagem para o planejamento de aulas a partir de um tratamento discursivo (inter)(intra)cultural. Valemo-nos de respostas, produzidas por alunos do ensino médio de uma escola do interior baiano, a uma atividade didática por nós elaborada para demonstrarmos a nossa aposta didática de que há uma indiscutível relação entre mostras de si como sujeito de linguagem, o uso de emojis em interações cotidianas on-line e uma metaconsciência sobre (re)utilização desses recursos e(m) (d)efeitos de sentidos. Os dados apontam para a força de uma tematização didática mais discursiva dos emojis como uma alternativa produtiva para que os sujeitos da pesquisa visualizassem, via gestos de transposição didática, a interface entre linguagem, interação e (re)construção identitária. Ao centralizamos nossa atenção em exemplares de emojis, que condensam uma materialização visual multimodal complexa de gestos e expressões humanas, e seus usos em práticas de linguagem autênticas, pudemos, na interação didática, tematizar sobre os emojis como língua franca (PORTER, 2014; PAIVA, 2016) em face a discussões sobre cultura linguística (CANDELIER, 2004) e identidade interacional. Discussões essas caras para a construção e agenciamento de posturas didáticas sempre mais crítico-reflexivas sobre o ensino-aprendizagem de línguas.
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