Este ensaio teórico tem o objetivo de discutir os processos de subjetivação no contexto escolar dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa em decorrência de algum ato infracional. A medida socioeducativa apresenta natureza jurídica e pedagógica, com caráter punitivo e educativo. Sabe-se que estes adolescentes são, na grande maioria, oriundos de classes sociais desfavorecidas, em que as oportunidades de acesso à educação, lazer, entre outras, são escassos. Dessa forma, o cenário vivido por eles nos fez pensar acerca da construção de uma “subjetividade marginalizada”, que sofre com os agenciamentos maquínicos da sociedade capitalista produzindo “o sujeito do rendimento e da produção”. Para promovermos essa discussão, oriunda de um trabalho ainda em andamento, nos apoiaremos no pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Esse pensamento assume modos de existir no plano da imanência, vertente que trilha caminhos nômades, aposta na invenção e adentra o domínio da experimentação, dos agenciamentos, dos fluxos, de um mundo que se compõe e decompõe pelas relações.