Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 8, No 10 (2021)

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MEMÓRIA, LINGUAGEM E SUBJETIVIDADE: A CURA EM ANÁLISE COMO O TRABALHO DE REMEMORAÇÃO, PRODUÇÃO DE NARRATIVAS E RETIFICAÇÕES SUBJETIVAS

Laelson Matos Ribeiro Júnior, Edvania Gomes da Silva

Resumo


Objetivamos, neste artigo, analisar alguns dos modos pelos quais, na psicanálise de base freudiana, os processos de subjetivação estão irremediavelmente relacionados a uma articulação entre memória e linguagem. Para tanto, elegemos a ideia da “cura” em psicanálise como um fio condutor que guiará nossas análises, pois acreditamos poder encontrar, no processo de cura do sintoma, de forma bastante elucidativa, a emergência da articulação entre memória, linguagem e processos de produção de subjetividade. A fim de operacionalizar tal trabalho, realizamos revisões teóricas sistemáticas e procuramos tecer relações entre conceitos cunhados em momentos distintos da produção teórica realizada por Freud, buscando marcar os contornos de sua concepção de memória, e como esta se relaciona com a subjetividade e a linguagem. Nosso percurso analítico mostra que, embora Freud não tenha cunhado uma teoria propriamente dita a respeito de como a linguagem opera de forma basilar para a constituição da subjetividade, todos os elementos para tal leitura estão postos em sua obra. A cura em análise será, a partir de Freud, um processo de produção de modalidades singulares de subjetividade. Isto, pois, a efetuação de todo processo de cura em psicanálise demanda uma retificação subjetiva do sujeito frente a seu sintoma, e essa retificação apenas se faz possível na medida em que há uma relação na qual memória e linguagem estão implicadas de maneira fundamental.

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