Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 8, No 10 (2021)

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REFLEXÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO ACADÊMICO CEGO COMO SUJEITOS DA LEITURA

Kelly Alencar Fróes Fonseca

Resumo


O contexto educacional no Brasil vem passando por modificações importantes, como o aumento de matrículas em universidades de estudantes com deficiência visual. Contudo, para que o acadêmico cego seja inserido na esfera discursiva acadêmica, faz-se necessário que ele perceba a leitura na universidade como uma atividade de atribuição de significados que funda a aprendizagem, reconhecendo-se como agente de seu próprio saber. Desse modo, como qualquer outro aluno, o acadêmico cego precisa sentir-se incluído no domínio discursivo em questão, e essa inclusão é perpassada em boa medida pela sua constituição como sujeito leitor. Nesse sentido, questionamos como se dá a constituição dos acadêmicos cegos como sujeitos da leitura? Logo, o objetivo central dessa pesquisa é analisar como os acadêmicos cegos se constituem sujeitos leitores na universidade, considerando a projeção de imagens de si (ethos discursivo) e do outro (instituição, professores e colegas) como fundamentos dessa constituição. Do ponto de vista teórico, essa pesquisa alia os estudos da Linguística Textual e da Análise do Discurso de orientação francesa, sobretudo a partir de Maingueneau (2005; 2011). Trata-se de uma pesquisa em desenvolvimento, na qual foi realizada uma revisão de literatura sobre a leitura e sua importância para o letramento dos acadêmicos cegos e, a partir da Análise do Discurso de orientação francesa, a formação do ethos discursivo desses acadêmicos. Ao final da pesquisa, espera-se poder delinear aspectos da constituição de acadêmicos cegos como sujeitos da leitura.

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