GARIMPO TEXTUAL E(M) TRABALHO DO PROFESSOR: (IM)PACTOS PARA A DIDATIZAÇÃO
Fernando Gonçalves de Souza Neto, Raul Bonfim Barbosa, Fernanda de Castro Modl
Resumo
Nesta comunicação, publicizamos dados advindos de uma pesquisa de natureza qualitativa (FLICK, 2006; MINAYO, 2012) que defende o trabalho com textos autênticos, a partir da tematização discursiva de exemplares de diferentes gêneros textuais/discursivos, como objetos de ensino-aprendizagem (intra)(inter)culturalmente produtivos para aulas na educação básica. A nossa aposta nesse recorte de pesquisa se explica por nossa compreensão de interpretação como um processo constitutivo do exercício da (inter)subjetividade. A leitura, assim, é fator determinante para a formação de um indivíduo com pensamento sempre mais crítico. O que pode ser, em alguma medida, dimensionado a partir da forma como cada professor em formação inicial encara o texto, e também a si mesmo, (não)visualizando a importância da relação entre interpretação, marcada nas manifestações da linguagem, responsáveis por interligar sujeito e história na e para a produção de sentidos (ORLANDI, 2007) e discurso, que engloba os elementos de linguagem, pensamento e mundo (ORLANDI, 2007). Analisamos quanti-qualitativamente respostas a um questionário aberto interativo produzidas por licenciandos em formação, matriculados em diferentes semestres dos cursos de História e Letras de uma universidade pública do interior baiano. Os dados apontam para a relevância de um olhar mais discursivo para o texto, para as aulas de leitura/interpretação e para o trabalho do professor para se fomentar interações didáticas cada vez mais críticas e propositivas. Pensar o texto como materialidade de enunciações facilita a percepção do enlace entre língua(gem), literatura(s) e questões de natureza culturais, sociais, políticas, filosóficas, históricas, ideológicas indicadas em cada texto como necessárias à sua didatização.
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