EXPECTATIVAS DE APROVEITAMENTO DA PERSPECTIVA HISTÓRICO CULTURAL NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Natália de Amorim Soares, Marcos Cezar de Freitas
Resumo
Uma Rede Municipal de Educação elegeu a perspectiva Histórico-Cultural com base nos estudos de Lev Vigotski para reestruturar sua base curricular. Acredita-se que tal concepção impacte a práxis docente com efeitos específicos no campo da Educação Inclusiva. Assim, o objeto desta pesquisa consiste em analisar as expectativas dos sujeitos entrevistados. A categoria “expectativas” é trabalhada através do olhar de Goffman, permitindo analisar possíveis processos de estigmatização. A pesquisa apresenta uma breve retomada da Educação Inclusiva no Brasil e no município em questão; dialogando com autores internacionais como Elias (2000) e nacionais, como Freitas (2005; 2014; 2020) para discutir a questão dos lugares sociais, subjetividades e contradições que se apresentam nas práticas escolares. Elucida também sobre a concepção Vigotskiana, propondo um diálogo entre esta teoria e as práticas do chão da escola, por vezes, tão cheias de modelos voltados para o capacitismo e para a produção mercadológica. Como metodologia, para a coleta de dados, contou-se com entrevistas qualitativas, com perguntas abertas, estruturantes e disparadoras; realizadas em dois trios, sendo um composto por professoras e gestora de uma Creche e o outro, por gestoras da Equipe de Educação Inclusiva. A metodologia escolhida contará com a repetição das entrevistas, tendo como base o olhar de Bernard Lahire que considera uma análise microssocial, examinando lógicas variáveis, por vezes contraditórias, a fim de proporcionar aprofundamento. O resultado parcial da análise das entrevistas já indica para expectativas ainda arraigadas às práticas tradicionais e para a percepção da necessidade de maiores formações para a efetivação da proposta.
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