POR UMA LINGUAGEM NÃO BINÁRIA: ALGUMXS REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE GRAMÁTICA NA SALA DE AULA
Bruno Pacheco, Ádrian Henrique Ferreira Barboza, Celio Silva Meira
Resumo
Com o avanço dos estudos sobre gênero e sexualidade, muito se tem falado acerca das variações de gêneros, dentre eles o gênero neutro, conhecido, especificamente, por não-binário. Nessa perspectiva, a não-binaridade de gênero possui o objetivo de desmantelar o processo cisheteronormativo dicotômico: feminino-masculino; mulher-homem; menina-menino. Esse processo binário, no qual somos inseridos desde o nascimento, cria uma segregação e imposição de normas sob aquelas pessoas desviantes dos padrões socionormativos. Na escola, desde os anos iniciais até o fim do Ensino Médio, educadoras/educadores promovem a normatividade binária ao apresentar a alunas/alunos/alunes a função do gênero, isto é, os papéis sociais atribuídos a meninas e meninos, indo desde o brinquedo tido como correto até o modo de sentar-se. Ao chegar no Ensino Fundamental e Médio, mais uma vez alunas/alunos/alunes recebem uma gama de binaridade, desta vez, com o ensino de gênero por meio da gramática. Este artigo pretende discutir sobre o binarismo feminino-masculino presente nas gramáticas da língua portuguesa, ensinadas nas salas de aula. Aqui, pretende-se também propor uma possível reflexão de inclusão do ensino de uma linguagem não-binária a jovens do Ensino Fundamental e Médio.
Texto Completo: PDF