O presente texto é resultado de uma pesquisa bibliográfica que teve como objetivo identificar produções acadêmicas sobre mulheres quilombolas no Brasil, realizadas no período de 2008 a 2018. Realizou-se o mapeamento das pesquisas nos bancos de dados da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), na biblioteca virtual do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), no Banco de Teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e na biblioteca virtual da UNEB – Campus XII. A produção analisada (i) reconhece a importância das vozes que falam por si e por um coletivo que reivindica direitos, quando as mulheres quilombolas são ameaçadas de silenciamento; (ii) anuncia não uma forma estática de expressão e enfrentamento, mas um agenciamento de diversidades de modo interseccional, configurando uma busca por direitos que não podem desprezar a importância das relações e dos afetos que caracterizam as lutas das mulheres quilombolas na contemporaneidade; (iii) destaca o protagonismo político das mulheres nas lutas pela manutenção dos seus modos de vida nas comunidades quilombolas, em vários lugares do país, por meio da conquista da titulação das terras e do acesso a direitos sociais básicos, como saúde e educação formal; (iv) busca compreender as maneiras pelas quais as mulheres quilombolas atuaram na elaboração das políticas públicas e, ao mesmo tempo, foram influenciadas por elas, a partir da Constituição de 1988; (v) identifica que a trajetória de mulheres quilombolas é pouca estudada, o que demonstra a necessidade de pesquisas nessa área.