VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: IMPLICAÇÕES DAS MÚLTIPLAS QUARENTENAS NA VIDA DAS MULHERES NEGRAS
Adelice Pereira de Jesus, Ana Lídia Pereira de Barros, Edilane de Jesus Gomes
Resumo
A presente reflexão enfatiza questões do contexto pandêmico entrelaçadas às relações de gênero, sexualidade e às várias violências domésticas, simbólica, sexual, psicológica etc. A pandemia trouxe consigo muitas reflexões pertinentes para se repensar os meios de segurança e romper padrões do patriarcado, das configurações e estrutura familiar, mostrando que para muitas mulheres o lar não é um ponto de apoio, muito menos um lugar seguro. As “múltiplas quarentenas” reverberam e trazem à luz as violências ocultas nos seios familiares. Este artigo objetiva problematizar o aumento das violências domésticas durante o isolamento social em tempos de pandemia. Para tanto, parte das contribuições dos estudos interseccionais, visto que, dentre tantas mortes causadas pelo coronavírus, estão as mortes causadas por “genocidas”, misóginos e machistas, evidenciando os crescentes números de violência doméstica e de feminicídio. Diante desse fato, é necessário levantar questionamentos urgentes e eficazes que possam colaborar para conscientização dos poderes públicos e da população em geral. Para a discussão, recorremos, dentre outros, às autoras Akotirene (2018), Arán (2003) e Collins (2019), nas quais iremos nos apoiar teoricamente. Dentre alguns dados relacionados ao feminicídio, a OMS aponta que o Brasil está no topo em relação aos índices de mortes de mulheres e meninas negras.
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