Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 7, No 7 (2019)

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UM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE AUTONOMIA: MULHERES REESCREVENDO A SUA HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Camila Fernandes de Oliveira, Gabrielli Aparecida de Souza Ferreira

Resumo


Vistas como seres submissos e subalternos, as mulheres tiveram o direito à escolaridade negado por muito tempo, como se sua função exclusiva fosse a de cuidar do lar e se submeter a vontades externas. Porém, a educação, sobretudo a que se destina aos jovens e adultos, apresenta-se como um objeto poderoso, pelo qual é possível questionar e contornar esses estigmas sociais, mostrando o poder e a força da mulher, mãe, esposa e dona de si. O objetivo dessa pesquisa é analisar os motivos que levam as mulheres a abandonar a escola durante a infância/adolescência e quais são a razões do retorno ao ensino. Sendo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) seu processo de formação, o intuito desse artigo é o de compreender a relação entre as mulheres e a EJA, os papeis sociais atribuídos a elas ao longo da história e os motivos da procura por essa modalidade. A pesquisa de campo foi realizada em um colégio que possuía turmas de EJA, em Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Os resultados obtidos nessas turmas denotam os obstáculos enfrentados pelas mulheres na luta por sua educação, a superação de barreiras para retornar à escola e a importância atribuída por elas à escolaridade. Além disso, observa-se a EJA como algo bastante importante: um objeto de empoderamento e renovação para mulheres que, por diferentes motivos, não puderam concluir os estudos em idade ideal.

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