Dentre as lutas travadas no espaço agrário brasileiro, tem-se a educação do campo como parte desse movimento, trazendo a possibilidade de um outro projeto de sociedade para a classe trabalhadora e, mais especificamente, aos sujeitos camponeses em seus territórios de reprodução da vida e do trabalho. Como parte desse processo, a formação e a atuação docente torna-se importante, ao tempo que precisa estar vinculada à realidade camponesa para que este projeto tome efetividade. Desse modo, este texto visa elucidar as trajetórias da docência no contexto da educação do campo, sustentado por autores que teorizam sobre o assunto, a exemplo de Freire (2000), Fernandes (2004), Caldart (2012), Ferreira (2015), Santos (2016), dentre outros, e estruturado, num primeiro momento, na reflexão sobre as questões inerentes à dimensão formativa e do exercício da docência na educação do campo; e posteriormente expondo (por meio de um relato de experiência) nossos primeiros passos na docência, construídos desde o período de formação ao de atuação como professor em uma escola camponesa no sudoeste baiano. Assim, este texto parte da iniciativa de servir como contribuição em meio as diversas discussões que giram em torno da formação e do trabalho de professores do/no campo, e de elucidar os rebatimentos desse processo a partir na nossa atuação docente em meio a construção social de uma escola camponesa no sudoeste da Bahia.