Partindo da premissa de que a evasão escolar é um “complexo construto social” (PEDRALLI; CERUTTI-RIZZATTI, 2013), a presente escrita busca apresentar e problematizar os fatores da evasão nos espaços escolares da Educação de Jovens e Adultos (EJA), ofertados pela rede municipal de ensino de Sapé, estado da Paraíba. É uma investigação quali-quantitativa (GOLDEMBERG, 2004) ancorada na pesquisa bibliográfica e documental (GIL, 2002), cuja coletada de dados tomou por base os registros institucionais entre os anos de 2015 e 2016. Para a análise dos dados, optamos pela análise do discurso, este compreendido como um conjunto de enunciados (FOUCAULT, 2008), certamente relativos àqueles que possam permitir estabelecer relações entre uma ação local e as práticas de evasão e permanência na EJA, no sentido de apontar quais estratégias de permanência são produzidas pelo município, localizado em uma região cuja economia é, majoritariamente, marcada pela monocultura da cana-de-açúcar e pelo setor de serviços. Sobre alguns resultados, o município dispõe de treze escolas na área urbana e três na rural, todas ofertantes de turmas de EJA, nos Ciclos I, II, III e IV. Os enunciados inscritos nos diários de classe mostram as causas da evasão na perspectiva dos registros institucionais: conciliar escola e trabalho; violência; família; gênero; transferência e desempenho escolar. E aqui questionamos: Como o sistema de ensino busca integrar as suas ações práticas educacionais às especificidades dos sujeitos da EJA? É nesta direção que se encaminha a presente discussão.