Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 7, No 7 (2019)

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TRAJETÓRIAS DO SUJEITO TRANS EM FORMAÇÃO : MAQUINARIA ESCOLAR, PATOLOGIZAÇÃO E RESISTÊNCIAS.

Kueyla de Andrade Bitencourt, João Diógenes Ferreira dos Santos

Resumo


Discutir sexualidade e gênero no processo de formação escolar significa problematizar a construção da sociedade generificada e sexualizada que utiliza referenciais binários e heteronormativos e patologiza as sexualidades dissidentes, dentre elas, as sexualidades trans. O foco central desse trabalho é discutir, a partir de uma revisão bibliográfica, a trajetória educacional escolar e o processo de trans-formação de transexuais e travestis, ao levar em consideração que esse processo refere-se a construção identitária, ressignificações corporais e performáticas, patologização da experiência, bem como de enfrentamentos e resistências. Para tanto, foram utilizados estudos de autores como Guacira Lopes Louro, Berenice Bento, Judite Butler e Michael Foucault, a fim de questionar a escola como espaço de reprodução de valores sociais caducos, contudo com um potencial transformador, por ser lócus de socialização e aprendizado para as novas gerações. A partir da reflexão desses autores foi possível concluir que a escola trata-se de um empreendimento biopolítico de controle dos corpos em busca da produção de um tipo específico de subjetividade, e que está sendo convocada a repensar-se, a partir das demandas do público trans, não apenas como a perspectiva de tolerar as diferenças, mas de escancarar as relações de poder que as produzem. Mesmo que a transexualidade e a travestilidade ainda sejam consideradas aberrações e patologias no cotidiano das práticas escolares é possível pensar a potência desse espaço para propiciar experiências de enfrentamentos e resistências do corpo trans em sua existência ética, estética e política. 

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