Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 7, No 7 (2019)

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LINGUÍSTICA COGNITIVA E PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO: ANÁLISE MULTIMODAL DE DOIS PONTOS DE VISTAS DE UMA CENA

Bruna Alves, Maíra Avelar, Hayat Pinheiro

Resumo


Haja vista a relevância que a argumentação tem na sessão do Tribunal do Júri para obtenção do resultado pretendido, qual seja, a condenação ou absolvição do acusado, faz-se necessário entender a importância da inter-relação entre a fala e o gesto na persuasão dos jurados. Desta forma, temos como objetivo discutir, à luz das teorias da linguística cognitiva, os processos de subjetivação, sobretudo, os pontos de vista adotados pela defesa e acusação para respaldar as argumentações. Assim, observaremos a inter-relação entre fala e gestos, comparando os gestos e a função referencial desempenhada por eles, juntamente com a fala proferida. Para isso, observamos uma sessão do Tribunal do Júri realizada em Belém – PA, em 20 de agosto de 2018. Como aporte teórico, com base na linguística cognitiva, utilizamos, McNeill (1992, 2005) para analisar os pontos de vista adotados e Dancynger, Lu e Verhagen (2016) para investigar as perspectivas utilizadas pelos sujeitos para conceptualização da cena. O estudo dos gestos é realizado com base na excursão dos gestos espontâneos na concepção de Kendon (2004) e na função referencial, pragmática e discursiva do gesto com base em Cienki (2017). Na esfera jurídica, recorremos ao Código de Processo Penal (CPP) e do Código Penal (CP). Na análise, constatamos que as diferentes perspectivas e pontos de vista utilizados pelas partes, são importantes para conceptualização da cena, bem como, demonstram que uma mesma cena pode ser visualizada de diferentes formas.

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