Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 7, No 7 (2019)

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A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ENTRE A QUALIFICAÇÃO E AS QUALIDADES

Glenda Felix Oliveira, João Diogenes Ferreira dos Santos

Resumo


Diversidade é a qualidade atribuída a tudo aquilo que é diverso. Nenhum lugar é mais apropriado para ensinar os indivíduos a lidarem com as diferenças do que a escola. Lidar com o diverso não é segregar, mas a distinção entre trabalhos femininos e masculinos funciona como espécie de segregação. O trabalho docente na educação infantil é considerado tipicamente feminino sob o argumento de que as mulheres possuem qualidades natas para ele: ser mãe já as qualificaria para isso. Com base nos métodos histórico e indutivo, através de revisão de literatura buscou-se estabelecer a conexão entre a divisão sexual do trabalho, o direcionamento da mulher para a educação infantil e a desvalorização desta profissão. Denominações como jardim de infância e suas jardineiras, maternal e suas tias, demonstram o quanto há uma conexão entre o magistério na educação infantil e os trabalhos desenvolvidos no lar, tipicamente femininos, para os quais não é necessário qualificação. As últimas décadas têm sido marcadas pela tentativa de exigir-se qualificação para os sujeitos envolvidos na educação infantil, de modo a profissionalizá-la. A qualificação da profissão tende a valorizá-la, mas alguns subterfúgios ainda são utilizados. A despeito da utilização de outras denominações, como auxiliar e monitora, por exemplo, pessoas sem nível superior ainda são contratadas para lidarem com as crianças. Embora muitos avanços tenham sido alcançados, ainda há muito a ser feito para que o trabalho com crianças seja desvinculado das qualidades femininas e atributos maternos.

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