Colóquio Baiano Tempos, Espaços e Representações: abordagens geográficas e históricas - ISSN 2359-1218, Vol. 1, No 1 (2013)

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MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO IDENTITÁRIA DA REGIÃO CACAUEIRA NA LITERATURA DE JORGE MEDAUAR

Juciene Silva de Sousa Nascimento

Resumo


A pesquisa se refere à discussão identitária da região sul-baiana, ao levar em consideração como Jorge Medauar representa tal local relevando a importância ao ser, em detrimento da aquisição de bens. Tal vertente vem se solidificando no imaginário local mediante discussão historiográfica dos elementos identitários da região sul-baiana em virtude dos deslocamentos históricos, econômicos e sociais que a região e os indivíduos sofreram ao longo do tempo, já que tais deslocamentos provocaram a fragmentação do indivíduo grapiuna, bem como a mudança de paradigmas da cultura, fragmentando o imaginário que agora se encontra multifacetado. Nesse trabalho, nota-se que o ideal medauariano valoriza a existência humana, suas ações, pensamentos, sentimentos, entre outros, narradas pelos personagens das tramas de acordo com as vivências locais do tempo da narrativa, mostrando-se como parceiro fiel da memória. Assim, aqui será realizada a análise de quatro obras do autor, de acordo com o critério temporal, apresentado conforme a leitura de Água Preta (1958); A procissão e os porcos (1960); Histórias de menino (1961) e Visgo da terra (1983), a fim de sinalizar como a vivência de um povo pacato de uma das pequenas cidades da região cacaueira tem relevância global no que tange à compreensão do indivíduo como ser social. Constatar-se-á, também, que o ser auxilia a noção do princípio de identidade, no sentido de evidenciar o outro lado do imaginário regional e universal, criticando-o, discutindo-o e (re)configurando-o, na medida em que apresenta as mudanças sociais, históricas, econômicas e culturais presentes, a todo o momento, na fala, reflexões e discussões das personagens que compõem os contos ao longo do trabalho.Palavras-chave: Região Sul-baiana. Representação identitária. Memória grapiúna.

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