Congresso Internacional e Congresso Nacional Movimentos Sociais & Educação, Vol. 1, No 1 (2021)

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“O QUÊ QUE A BAIANA TÊM?” DITADURA MILITAR E RESISTÊNCIA FEMININA NA BAHIA: UMA HISTÓRIA POUCO CONTADA

Hete Teixeira Leal

Resumo


A ditadura militar brasileira, que perdurou oficialmente por vinte e um anos (1964 a 1985), deixou profundas cicatrizes na sociedade, como um regime violento. Neste sentido é necessário afirmar que, a luta por um ideal de justiça, neste cenário de prisões, torturas, exílios e assassinatos premeditados, foi responsável por arrancar das quatro paredes de domicílios espalhados por todo o Brasil, mulheres que romperam com estigmas de seu tempo, pegaram em armas, foram torturadas, exiladas, e morreram em combate pela transformação social. A opção em trabalhar com a experiência feminina na militância contra os órgãos de repressão, se deu entre outros motivos, pela relevância em contribuir para trazer à cena pública a história de mulheres que deixaram impressas suas digitais na luta do povo brasileiro pela redemocratização do país. Segundo Ana Maria Colling (1997), o surgimento de sujeitos históricos, tais como, operários, camponeses, escravos e mulheres que até então se encontravam subestimados ou numa escala de menor importância, representa a tentativa de corrigir a história, pluralizando-se os objetos de instigação e admitindo a existência destes indivíduos como sujeitos históricos. São recentes as produções historiográficas sobre as mesmas, onde se busca por fim ao aparente silêncio e invisibilidade a que estavam relegadas. Neste sentido, a relevância desta pesquisa está na ampliação dos estudos que pretendem esclarecer e trazer a tona o papel das mulheres enquanto sujeitos da história.

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