Este estudo enfoca propostas de EJA desenvolvidas em universidades brasileiras na década de 1980 e objetivou analisar, mediante as memórias de educadores, as concepções formativas presentes nas propostas desenvolvidas na Universidade Federal de São CarlosUFSCar e na Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. O estudo buscou uma aproximação com o método materialista histórico, cujas análises se estruturaram por entrevistas e análises de documentos. Os resultados apontam que ambas as propostas foram gestadas para oportunizar escolarização para os funcionários das universidades em estudo, o que evidencia uma perspectiva de formação concatenada às especificidades dos alunos de EJA, geralmente trabalhadores. As propostas apresentaram concepções pedagógicas específicas para a EJA, oportunizando uma construção científica em íntima relação com a prática. Em razão do período histórico em que as iniciativas emergiram, marcado por resistência, as memórias dos educadores sinalizam o impacto da dimensão política na educação. Sem desconsiderar as peculiaridades de cada proposta inferimos que elas conservam relações dialógicas, tendo o respeito aos saberes dos educandos como esteio para a ação pedagógica. As memórias dos educadores oportunizaram o entendimento da relevância das iniciativas e o alcance que elas possuem tanto para as universidades quanto para a reconfiguração da EJA no Brasil. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Memórias. Universidades.