Objetivamos apresentar reflexões acerca da formação humana, da identidade e da diferença, em um currículo escolar que busque não apenas a formação profissional para o mercado mas, também, a socialização e subjetivação do indivíduo. Trata-se de um estudo bibliográfico assentado na trama proposta pela educação como mediadora dos conflitos entre a identidade e a diferença na perspectiva da formação humana, suas imbricações e interdependências. As provocações assentadas neste trabalho não têm o intuito de suscitar soluções prontas mas, sim, o de pontuar reflexões acerca dos objetivos educacionais quanto a formação do ser, perpassado pela relações de poder quanto as materializações da identidade e da diferença. O estudo evidencia que o currículo, muitas vezes, reforça a perpetuação dessas relações de poder, e aí ocorre o desequilíbrio entre estas forças identitárias e diferentes. A identidade e a diferença constituem um fenômeno social e, portanto, precisam estar presentes no currículo educativo. Lidar com a problemática tratando as “folhas da árvore”, sem se ater às questões provenientes das “raízes”, não resolve o problema, apenas o trata, paliativamente, ensejando uma reincidência de novos embates entre a identidade e a diferença em um futuro próximo. O currículo educativo precisa buscar meios para oportunizar aos discentes construção da autonomia da pessoa; desenvolver meios e possibilidades dialógicas com o plural. No encontro do “eu” com “o outro” as portas do interlocução precisam estar abertas. Estar disposto a ouvir e aprender com o “bárbaro” se faz condição sine qua non para o progresso evolutivo do ser humano e a aglutinação de ideias e culturas diferentes para o ser.