O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre a necessidade da educação das relações étnico-raciais, sob uma perspectiva decolonial. Nessa vertente, enfatiza-se a importância de discutir o racismo que estrutura as relações, define os lugares sociais e se reproduz em instrumentos pedagógicos institucionalizados. O objetivo aqui é problematizar, a luz das discussões decoloniais, a utilização de imagens em materiais escolares, especialmente em livros didáticos. Imagens essas produzidas a partir de preceitos do humanismo artístico e científico europeu do século XIX, que são inseridas nos livros didáticos sem uma análise crítica das mesmas em relação ao momento que foram produzidas e ao contexto em que foram inseridas, reproduzindo assim ideários racistas e hegemônicos. Essas reproduções contribuem para a propagação dos propósitos da colonialidade que definem os rumos, os privilégios e os lugares sociais. Além disso, perpetuam a discriminação e a exclusão de cidadãos historicamente expropriados tanto de seus direitos, quanto de sua cultura, seus corpos e sua dignidade.