Este trabalho traz informações sobre a transformação da paisagem do bairro da Gabriela, em Feira de Santana, Bahia, no contexto da produção do espaço urbano, contribuindo, assim, para o entendimento dos seus aspectos geográficos, configurados na relação dinâmica sociedade-natureza. É uma parte das discussões iniciadas em pesquisa para saber como o bairro foi sendo transformado no decurso do tempo e o que tem a revelar sobre o processo de produção do espaço. Para tanto, investigou-se quais foram as ações dos agentes produtores do espaço que contribuíram para essa transformação, bem como relacioná-las com a lógica capitalista de produção do espaço. Como resultados, verificou-se ações executadas pelo Estado, como um dos principais agentes de produção do espaço, pelos loteadores, pelos agentes fundiários voltadas para atender aos ditames do mercado.  Percebeu-se como a relação sociedade-natureza se materializa na paisagem local e não difere da lógica que permeia a sociedade moderna, cuja racionalidade que norteia a produção do espaço é movida pela obtenção de lucro ao transformar o solo, a necessidade de habitar e viver em mercadoria contribuindo para o recrudescimento das desigualdades socioespaciais, uma vez que as populações que não possuem recursos financeiros para terem moradias adequadas ocupam áreas insalubres. Destarte, é a lógica capitalista global se refletindo na escala local.