A educação superior de graduação no Brasil é atualmente formada por uma rede de organização espacial complexa. Reúne mais de três mil instituições, em diferentes organizações acadêmicas, status jurídicos e áreas diferenciadas e se encontra regionalmente distribuída. O Estado da Bahia, por exemplo, possui atraso significativo em relação aos estados do sul e sudeste do país. A centralização desse serviço nas grandes cidades, principalmente em metrópole como Salvador, também é outro grande problema. No entanto, um processo de descentralização já é notório. Cidades médias como Lauro de Freitas tem expandido o número de instituições e cursos, sobretudo nas últimas duas décadas. Assim, com base nesse cenário, este estudo teve como objetivo analisar a organização espacial da educação superior de graduação em Lauro de Freitas, ponderar sobre o crescimento desse nível de ensino no período de 2000 a 2018, bem como verificar a qualidade desses através do Índice Geral de Cursos empregado pelo MEC. Para o desenvolvimento do trabalho, foram realizados levantamentos bibliográficos e coleta de dados nas entidades responsáveis pelo ensino superior no país, MEC e INEP. Assim, os resultados da pesquisa evidenciaram que, em dezoito anos, o serviço de educação superior nessa cidade cresceu vertiginosamente na modalidade presencial e, principalmente, na modalidade a distância, tornando-se um importante centro de educação do estado. Dessa forma, Lauro de Freitas vem expandido sua centralidade e raio de influência em relação à sua rede urbana. Esse crescimento deve-se não só ao fator de conurbação com Salvador e da proximidade com outros centros dinâmicos como Camaçari, mas ao desenvolvimento demográfico e socioeconômico do município. Outra observação deve ser feita quanto à influência de outros estados no oferecimento na educação à distância, estando à maioria das sedes das instituições fora de Lauro de Freitas, o que afeta o seu papel dirigente. Destaca-se ainda que em relação à qualidade dos cursos presenciais, pôde-se afirmar que estão deixando a desejar, pois os índices apontam que grande parte está no limite de qualidade daquilo que é aceito pelo MEC. Já as instituições de ensino superior têm apresentado melhores resultados.