O objetivo deste ensaio é apresentar o campo da administração política como alternativa analítica para a compreensão das relações sociais de produção. Este campo propõe na sua base epistemológica e teórica-metodológica a integração do âmbito da gestão (dimensão macro) e do gerenciamento (dimensão micro) para possibilitar reinterpretar a dinâmica do capitalismo nacional e local. Nesse sentido, a administração política representa uma importante complementaridade às análises lideradas pela economia, especialmente no que se refere a apresentar outros elementos e variáveis não percebidas pelo esse campo do conhecimento, em relação às formas como os processos socioeconômicos se organizam, se estruturam, se orientam e que permitem, pois, identificar como têm sido administrados os interesses individuais e coletivos para levar a cabo as relações sociais de produção. Assumir a perspectiva analítica da administração política permite considerar que administrar o capitalismo alude tanto às dimensões sociais concretas (que se convencionou denominar de bases da materialidade humana/social), como também às dimensões subjetivas subjacentes à dimensão das relações sociais, ao expressar as escolhas, os direcionamentos e as vontades, individuais e coletivas da sociedade. A administração política apresenta-se, assim, como uma “janela diferente” para olhar a realidade social.