Simpósio Cidades Médias e Pequenas da Bahia - ISSN 2358-5293, 2016: V SIMPÓSIO CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS DA BAHIA

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O COTIDIANO DOS TRABALHADORES DA VILA DO IGUÁ EM VITÓRIA DA CONQUISTA E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO: UMA ANÁLISE DA MOBILIDADE DO TRABALHO

Iara Silva Aguiar, Ana Emília de Quadros Ferraz

Resumo


Este artigo busca analisar o cotidiano dos trabalhadores da Vila do Iguá, em Vitória da Conquista, e a produção do espaço geográfico, tendo como base a mobilidade do trabalhador. O cotidiano é uma ferramenta importante, que permitiu a compreensão da produção do espaço. Os momentos da vida cotidiana os trabalhadores, bem como as atividades que os definem, foram importantes nesta análise, que traz um novo olhar sobre a mobilidade do trabalho com base na produção e representação da vida, no cotidiano. Para isso, tomou-se como método o dialético e, como instrumento foi utilizado a pesquisa de campo, com: a aplicação de questionários a trabalhadores moradores da vila do Iguá; entrevistas a moradores mais antigos; e, produção de material iconográfico. Também foi realizada uma fundamentação teórica e revisões bibliográficas que foram base para análises qualitativas e quantitativas de dados. Assim, foi possível inferir que a mobilidade neste local é bem expressiva devido as carências de atividades e serviços. Na vila, os serviços prestados não atendem às necessidades básicas da população, impulsionando o deslocamento desta na busca por serviços. Isto implica também no crescimento lento da vila, já que em sua maioria, no que se referem ao consumo, os moradores o fazem na cidade de Vitória da Conquista. A inter-relação e os papeis exercidos pela estrutura urbana da vila permitem admitir que os desejos e as necessidades daqueles que produzem esse espaço conferiu-lhe peculiaridades, sentidos e funções diversas. Os habitantes de Iguá mantêm uma relação expressiva de pertencimento e desejam permanecer no local. Essa relação com o lugar se deve: à relação familiar, visto que a maioria nasceu na vila; à tranquilidade em comparação com a cidade; e ao acesso à habitação, visto que 86% das famílias possuem casa própria. Alguns permanecem ali por não possuírem condições econômicas de sair da localidade. A produção do espaço se dá pelas necessidades destes sujeitos de se (re)criarem para produção e reprodução da vida. A mobilidade do trabalho na vila do Iguá é percebida com base nas qualidades, intensidade e transformações nos ritmos da produção da vida através da dinâmica promovida pela necessidade de deslocamento, de cada indivíduo no espaço, como estratégia de sobrevivência, emoldurada pelas relações contraditórias da reprodução capitalista. 

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ISSN online: 2358-5293

ISSN cd rom: 2176-5162

 

Periódico vinculado à Rede de Pesquisas Cidades Médias e Pequenas da Bahia (Rede CMP)