Simpósio Cidades Médias e Pequenas da Bahia - ISSN 2358-5293, 2014

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O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO COMO MÉTODO PARA O ENTENDIMENTO DO MEDO E DA VIOLÊNCIA NOS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS URBANOS

Francisco Denílson Santos de Lima, Alcindo Jose de Sá

Resumo


As desigualdades sociais manifestadas de forma gritante entre a população brasileira trouxe como reflexo uma sociedade fragmentada. Liberdade e igualdade perdem referenciais, à medida que o medo e a violência urbana são introjetadas na vida do citadino, cada vez mais visto pelo seu poder de consumo e menos pelo seu papel de cidadão. A sensação de insegurança na Geografia da cidade ganha formas e como reflexo o medo do crime e/ou do “outro” transformaram as relações socais e territoriais e as grades construídas nas diferentes escalas espaciais contribuem para o distanciamento dos indivíduos. A análise do uso e do consumo dos espaços públicos em Picos como reflexo do medo e da violência considera os processos econômicos globais que foram desencadeados e sua interferência direta no cotidiano da cidade, em seus aspectos gerais e neste sentido buscamos uma análise a partir do método materialista histórico e dialético, pois entendemos que as formas urbanas atuais e as ações desencadeadas sobre tais espaços são reflexos da sociedade, como produto histórico à luz de suas contradições. Entendemos que a democratização do solo urbano nos remete a questões ligadas a cidadania, processos democráticos, participação popular, em outras palavras, ao direito à cidade. O presente trabalho é de natureza teórica e prática e objetiva esclarecer a importância do materialismo histórico e dialético para a compreensão do medo e da violência urbana no Brasil, relacionando os ao uso e consumo dos espaços livres públicos dos citadinos, como praças. Por fim, acredita se que a falta de cidadania no Brasil, sobretudo nos espaços públicos, no que tange a ausência de políticas de segurança pública que limitam ou impedem o direito a liberdade é reforçada com o abandono do poder público na esfera social. Acredita-se que os espaços livres públicos, hora associado ao abandono do poder público, a mesmice ou ao fenômeno da violência, perdem referenciais como lócus para reprodução de sociabilidades, ao passo em que as pessoas se refugiam em suas residências, ou optam por novas alternativas de lazer, como shoppings centers.

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ISSN online: 2358-5293

ISSN cd rom: 2176-5162

 

Periódico vinculado à Rede de Pesquisas Cidades Médias e Pequenas da Bahia (Rede CMP)